Biologia Quântica

Biologia Quântica?


A física quântica é maravilhosa e empolgante, além de transformadora. Os princípios quânticos, com todas as suas estranhezas e esquisitices estudadas pelos físicos, estão agora empolgando o mundo que estuda a vida: a biologia. Como pode eventos que os físicos estudam em condições especiais de temperatura e pressão acontecerem em células humanas, animais e vegetais? Como pode?


Pode até ser especulativo, mas que é empolgante admitir através de fortes evidências e algumas experiências que fenômenos quânticos podem acontecer dentro das células, ah isso é! Apenas admita a possibilidade.

Vamos estudar!

O tunelamento quântico é uma dessas esquisitices da física quântica onde um elétron aparece “do nada” de uma superfície para outra (de uma molécula para outra), como se estivessem atravessando uma parede sólida. E isso pode estar acontecendo agora dentro das suas mitocôndrias.


Enzimas (velhas conhecidas aceleradoras de reações químicas) sempre despertou a curiosidade do “como” elas fazem esse processo. O tunelamento quântico pode ser uma das explicações possíveis. A coenzimaA – enzima existente na membrana das mitocôndrias – pode estar utilizado do tunelamento quântico e isso explicaria o fenômeno da cadeia de elétrons que ocorre na mitocôndria para produção de energia pela célula.


Outra possibilidade e evidências do tunelamento quântico estão nas mutações sofridas pelo DNA humano. As pontes de hidrogênio que ligam fortemente os nucleotideos onde os protons podem saltar entre um lado e outro podendo explicar mutação caso haja algum erro nesse salto durante a separação dos cromossomos no processo de divisão celular.


Nas células vegetais e algumas bactérias podem utilizar da coerência quântica para realizarem o processo de fotossíntese. A luz solar transformada em biomassa. Coerência quântica é uma idéia de que objetos quânticos podem ter multitarefas. Objetos quânticos exercem função de onda e podem se espalhar facilmente em várias direções seguindo vários caminhos ao mesmo tempo.


Podemos ir além… além da matéria … além dos objetos quânticos … e admitir que há uma consciência inteligente por detrás desses fenômenos quânticos capaz de provocar o colapso da sobreposição de possibilidades quânticas.


Somos seres complexos e como tal a mecânica quântica pode estar presente em nossa biologia e questionar como fez Schrödinger: O que é Vida?
Deve ter algo além da física quântica, além da química orgânica, além da biologia molecular capaz de realmente causar a vida.


Dr Milton Moura

Minha Felicidade: sustentando o estado de ser feliz.

Minha felicidade: sustentando o estado de ser feliz

 

 

Como é bom sentir o estado de graça chamado felicidade! Dia 20 de março é comemorado o Dia Internacional da Felicidade. E como podemos cada vez mais sustentar esse estado de ser feliz?

 

Quando pensamos em felicidade do ponto de vista do funcionamento cerebral, temos neurotransmissores, neuropeptídeos e hormônios que representam essa condição. Você já percebeu qual é a principal função do cérebro? É colocar a nossa consciência em contato com o mundo que nos cerca. O cérebro é, literalmente, um gravador. Criamos memórias desses contatos com as situações da vida, ou seja, percebemos o mundo por intermédio desse aparato de memória e percepção chamado cérebro.

 

Para poder entender o que é a felicidade, é importante compreender algumas questões importantes:

 

A neurociência contribui muito com a nossa compreensão sobre o cérebro. O sistema límbico (área cerebral destinada à coordenação das emoções) produz uma “química” adequada para cada situação que vivemos. Quando entramos em contato com qualquer situação de vida – seja ela alegre, triste, melancólica, entediante, carinhosa, afetiva, amorosa, de raiva, de ódio, de rancor, de não-merecimento, de poder, de frustração ou de abundância -, o cérebro produz uma representação de tudo isso. Nesse contexto, parece que estamos sempre em algum processo de busca.

 

Já ouviu falar que temos que buscar a felicidade? Onde a buscamos? Acredite, buscamos nas situações de vida, nas experiências que trazem a “química” das boas sensações, do estado de ser feliz, do estado de graça, do sorriso fácil, do bom humor!

 

Nessa busca por experiências felizes criamos identificações. E nos perguntamos: onde está a felicidade? Onde devo procurá-la? Como estou procurando? Existe felicidade duradoura? Será que conseguirei, algum dia, sustentar um estado pleno de felicidade? Continuarei a viver estados fugazes de ser feliz?

 

Inevitavelmente, passamos por situações de sofrimento. Como ser feliz diante dessa constatação? Um estudo sobre felicidade aponta que 40% da potencialidade de ser feliz está em nossos genes, mais precisamente na carga genética que herdamos de nossos pais. Dentro dessa fórmula da felicidade, temos que apenas 10% advém das condições de vida. Os últimos 50% devem-se às atividades voluntárias que realizamos.

 

Condições de vida

 

Imagine que você receba uma grande quantidade de dinheiro. Pode parecer que todos os seus problemas serão resolvidos. Você irá sair de uma condição de vida ruim para uma condição de vida excelente. Pronto! A felicidade está garantida. Só que não!

 

Acompanhando pessoas que tiveram condições de vida excelentes durante um ano, percebeu-se que elas mantinham um estado de ser infeliz. O contrário também pode ser observado, ou seja, sair de uma condição de vida excelente e começar a vivenciar uma condição de vida ruim. As pessoas nessa última condição tinham tudo para ser infelizes, mas após algum tempo, observou-se que elas conseguiam sustentar estados de felicidades maiores que aqueles que vivenciaram antes. Incrível isso, não?

 

A felicidade está aonde? Segundo os cientistas, 50% da capacidade de ser feliz está em ações voluntárias, aquelas que realizamos por vontade própria e espontaneamente, como ir ao cinema, fazer uma viagem, etc. Os cientistas também perceberam que quando realizamos atividades voluntárias voltadas para o bem do próximo, conquistou-se um estado de felicidade mais duradouro. Fazer o bem ao outro traz felicidade mais duradoura. Isso é fantástico!

 

Fazer a felicidade dos outros ainda é a melhor maneira de ser feliz. Fazendo os outros felizes temos a chance de encontrar nossa própria felicidade. Essa é uma compreensão que expande. Às vezes, condicionamos nossa felicidade às situações da vida que vivemos hoje. A contribuição das condições de vida no estado de felicidade é mínima!

 

As identificações

 

Nós somos muito maiores que as circunstâncias da vida. Trazemos uma essência que está sempre presente em todas essas situações, atuando como uma verdadeira testemunha de tudo o que acontece ao redor. É com essa essência que deveríamos buscar uma identificação.

 

Todas as situações da vida são impermanentes, tudo passa! A felicidade duradoura está na capacidade de encurtar cada vez mais a duração dos estados infelizes, de diminuir o tempo que a “química” produzida nessas situações infelizes circula pelo corpo e alimentar, de forma voluntária, a “química” cerebral que representa a felicidade.

 

Onde você busca a felicidade? Como você a busca? Volte seus olhos para dentro e apaixone-se por você! Queira, definitivamente, viver a vida com a sua melhor versão. Felicidades sempre!

 

Dr. Milton Moura é medico cardiologista, Ativista Quântico, palestrante e estudioso das áreas de Neurociências, Física Quântica e Saúde Mental (www.drmiltonmoura.com)

Persistir, ir além… ser maior que o corpo, ambiente e o tempo.

 

 

Quem é você?

Um emaranhado de células, tecidos, órgãos, neurônios, cérebro e… consciência? Somos seres complexos, não é mesmo? Observe uma única célula. Veja a complexidade que há para a célula manter um equilíbrio funcional? Células que executam funções específicas sob a coordenação de quem? DNA? Genética? Pensem na inteligência fina por trás de todas essas funções. As vezes, diante dessa complexidade, podemos nos sentir “vítimas” desse funcionamento, pois perdemos em algum momento na história da humanidade o “poder” nessa coordenação. Uma crença de que a matéria é a única realidade e essa única realidade coordena, através de interações diversas, o funcionamento que permite a existência da vida. A vida surge do funcionamento e interações materiais? A consciência é um subproduto do funcionamento dos neurônios? Quem é você? Sim, estou perguntando quem é esse ser aí que está lendo essas linhas através dos sentidos e dando significado a essas palavras? Quem é você? Apenas matéria? Um corpo? Uma existência no tempo? Um ser inserido no ambiente? Quem é você?

Somos vítimas do tempo? Somos vítimas do ambiente? Somos vítimas do funcionamento do nosso corpo? Somos determinados a ser quem somos? Esse tipo de crença não ajuda muito e tira-nos o “poder” de mudar alguma coisa em nossas vidas, pois somos vítimas, não é mesmo? Não, não é mesmo. Definitivamente. Temos que resgatar o “poder” e assumir as rédias que comandam essa inteligência inconsciente. Sim, pensem em nosso corpo como sendo a mente inconsciente e habitual. Somos nós que o ensinamos. Como? A física quântica esta mudando o paradigma materialista das interações materiais. A matéria é apenas onda de possibilidade e como tal necessita de algo que a traga para a existência do mundo dos fenômenos. Algo que traga das possibilidades para a realidade. O que pode ser esse algo? Quem é você? A física quântica tem valorizado muito o papel da consciência na formação da realidade. Exatamente isso. A consciência é esse “algo” capaz de criar a realidade. Opa!!! A consciência cria a realidade? Temos aqui uma oportunidade de resgatar esse “poder” perdido lá trás e que nos tornou vítimas do ambiente, do tempo e do corpo.

Para que ocorra alguma mudança ou alguma transformação pessoal há a necessidade desse resgate. Resgatar esse poder. Não podemos ser e nem sentir que somos vítimas e, sim, devemos ser protagonistas de realidade pessoal. Quem é você? Uma vítima ou um protagonista? Para ir além em suas escolhas há a necessidade de perceber e ser esse protagonista da sua realidade pessoal. Para isso temos que expandir nossa compreensão sobre nós mesmos e o mundo. Modificar um pouco nossa visão de mundo. A física quântica contribui muito para isso e a neurociência também. Unir ciência quântica e neurociência é algo assim libertador. A física quântica afirma que a matéria é apenas “onda de possibilidade”. Deve existir algo fora da matéria capaz de provocar o “colapso” dessa onda de possibilidade. A consciência é esse algo. A consciência não é mais um subproduto e, sim, a causa primordial. A consciência escolhe dentro das possibilidades contidas no campo quântico de interconexão. Cérebro e consciência estão indubitavelmente unidos e conectados. Estudar o cérebro é estudar a consciência, pois é através desse orgão que a mesma se manifesta. Eis o poder resgatado novamente. Assumir o poder de protagonista de nossa realidade.

Quem é você? Agora podemos afirmar que somos consciências. Podemos superar o corpo, o ambiente e o tempo. Não somos vítimas de nenhum desses elementos. A personalidade cria a realidade pessoal. O que é a personalidade? Trata-se do conjunto formado pela maneira de pensar, comportar e sentir. Eis aqui o segredo da transformação pessoal. Mudar a forma de pensar. Mudar o comportamento. Mudar o sentimento. Como? Criamos condicionamentos e hábitos ao longo dos anos e escolhemos segundo esses condicionamentos e hábitos. Temos a tendência de pensar sempre da mesma maneira. Pensando da mesma maneira, teremos sempre as mesmas escolhas. Escolhendo sempre da mesma maneira, teremos sempre as mesmas ações e comportamento. Comportando-se sempre da mesma maneira, teremos sempre as mesmas experiências. Experimentando tudo sempre da mesma maneira, teremos sempre os mesmos sentimentos. Portanto, não haverá mudanças. Pois estaremos criando sempre a mesma realidade pessoal. Exatamente isso. Pensamos, comportamos e sentimos sempre da mesma maneira e esperamos um resultado diferente? Isso é insanidade. Para mudar, para realmente mudar, há a necessidade de sustentarmos novos pensamentos, novas conexões cerebrais, novas escolhas, novos comportamentos, novas experiências com novos sentimentos que permitirá uma nova realidade pessoal.

Ir além dos condicionamentos. Esse é o segredo. Identificar os gatilhos que levam as mesmas escolhas. Isso chama-se metacognição – pensar sobre aquilo que se pensa. Esse é um exercício que pode ser realizado pela meditação dirigida. Tornar-se consciente dos processos inconscientes. Tornar-se consciente de sua mudança pessoal. Ir além dos seus hábitos. Deixar de ser você mesmo e tornar-se um ser diferente. Quebrar o hábito de ser você mesmo. Adquirir um novo Estado de Ser e perceber e agir no mundo como protagonista, um protagonista consciente e criador da sua própria realidade.

Pensar sobre aquilo que se pensa. Muda!!!

Abraços fraternos

Dr Milton Moura

GENES, COMO ELES SÃO SINALIZADOS?

      

 

 O cérebro permite três funções: pensar-fazer-ser. Temos três cérebros em um. Lembram do post anterior sobre hábitos? Fazemos isso o tempo todo. Estamos vivos! A partir de um único pensamento, desencadeamos uma sequência de eventos informacionais que chegam aos genes localizados no interior das células. Aqui está uma das chaves importantes no quebra-cabeça da origem das doenças. Precisamos compreender quais são essas informações? Qual o “teor” de energia, qual o teor de informação que estão sinalizando os nossos genes? Isso é muito importante entender! É uma informação para a transformação pessoal. Acompanhem-me!

Uma comunicação é estabelecida entre a linguagem do cérebro (pensamento) e a linguagem do corpo (sentimento) com nossas células, especificamente com nossos genes. Hoje já ultrapassamos a ideia do determinismo genético. Já ultrapassamos a supremacia do DNA. O DNA é extremamente importante para a expressão da vida biológica. É uma verdadeira biblioteca com informações prontas para serem utilizadas. Agora, podemos raciocinar não mais como vítimas do DNA, mas sim como participantes ativos do nosso destino. No início do ano 2000, o projeto genoma descobriu todos os nossos genes. São cerca de 23.000 genes. Apenas 23.000 genes? Sim, esse também foi o espanto dos pesquisadores. Esperavam encontrar cerca de 140.000 genes. Por que? Porque o número de proteínas que possuímos é aproximadamente 140.000. O raciocínio, ou a lógica da época, era que cada proteína era expressa por um único gene. Entenderam o espanto? Temos apenas 23.000 genes para 140.000 proteínas em nosso corpo. Como explicar isso? Eis que surge um novo ramo da genética chamada EPIGENÉTICA

Epigenética pode ser entendida de forma simples como a parte da genética que estuda os diversos tipos de sinalização ao gene. Estuda as informações que chegam ao gene e o que deve ser expresso. Ou seja, qual proteína deve ser sintetizada. O corpo humano é uma máquina de produzir proteínas. As células do pâncreas produzem insulina, a pele produz elastina, o estomago produz enzimas, o fígado produz transaminases e assim por diante. O corpo humano  produz proteínas que, em última análise, é a própria expressão da vida. A ciência genética deu e dá muita enfâse no que ocorre depois que o gene é sinalizado. Isto é, estudam, e muito bem estudado, a “expressão” do DNA. Estudam as proteínas que eles produzem. Até então, pouco valor deram ao que está sinalizando o gene para o seu funcionamento. Hoje a epigenética estuda essa sinalização. Estuda o que há no externo do gene que o faz “funcionar”, “ligando” ou “desligando” genes. Essa é a forma como nossos genes trabalham. Eles podem, de forma bem simples, serem ligados e desligados, isto é, expressar uma proteína ou não. Precisamos, então, entender essa tal sinalização e constatar que temos uma partcipação ativa nesse processo. Vejamos então!

Fazendo uma analogia com o cérebro e seus 100 bilhões de neurônios, os 23.000 genes que possuímos também apresentam a capacidade de “geneplasticidade” (acabei de inventar esse termo). O que é isso? O cérebro possui “neuroplasticidade”. Cada neurônio é capaz de realizar 5.000 conexões com outros neurônios. O número de conexões que nosso cérebro pode realizar é um número muito grande, mas muito grande mesmo. Diria que maior que número de estrelas que conhecemos. Pois bem, seguindo essa analogia, um único gene é capaz de produzir 35.000 combinações diferentes. Olha que interessante isso! Um gene pode produzir um número grande de proteínas, dependendo de como é sinalizado. O ligar e desligar de genes é capaz de estimular ou inibir a produção de algumas proteínas. Agora vem um questionamento que acredito já estar em sua mente. Quais são os sinalizadores dos genes? O que sinaliza os genes e o seu consequente funcionamento? Vamos pensar sobre isso? Estão juntos comigo ainda? Vamos adiante!

Estamos dentro de um campo quântico de infinitas possibilidades. Esse campo quântico é interconectado. É inteligente. Dele nascem as partículas elementares. Dele nasce a matéria. Dele nascem os pensamentos. Dele nascem os neurotransmissores. O neurotransmissores “afloram” na matéria ao toque de um pensamento. Pensem em energia. Facilita a compreensão. Associem energia com teor informacional. Nossas emoções são também energia. São informações. Uma energia(informação) que circula através do sistema nervoso autonomo e circulação sanguínea. Quando hormônios ou neuropeptídeos (ligantes) acoplam em locais específicos na parede de uma célula (receptores) forma-se um complexo ligante-receptor. Esse é o sinalizador do genes. Esse complexo também é conhecido como molécula da emoção (Candace Pert). Essa sinalização desencadea toda a expressão genica. O ciclo entre pensar e sentir forma o Estado de Ser. Lembram? Post anterior sobre hábitos (recomendo sua leitura). Em última análise, o Estado de Ser sinaliza os genes. A sua personalidade cria a sua realidade pessoal.

Aqui, nesse ponto de nossa compreensão e raciocínio, abre-se uma grande oportunidade para ações terapêuticas. Percebe-se que a personalidade cria a realidade pessoal. Para uma mudança, para uma real transformação pessoal, há necessidade de mudar a forma como estamos criando nossa realidade pessoal. O que é personalidade? É um conjunto formado pela maneira como pensamos, como nos comportamos e como sentimos. Você concordaria comigo que para mudar nossa personalidade teríamos que mudar a forma como pensamos, a forma como nos comportamos e sentimos? A rotina estabelece uma maneira habitual de pensar. Cada pensamento produz uma química específica no cérebro. Essa química (neurotransmissores) produz uma cascata de efeitos que nos fazem agir e sentir. Isso repetidas vezes forma nosso Estado de Ser. Lembram? Pensar-fazer-ser. O Estado de Ser, em última análise, é a maneira como você está sinalizando seus genes. Eles podem estar sendo sinalizados exaustivamente da mesma maneira e você mesmo está traçando seu destino genético. 

No próximo post vou explicar como a metacognição pode auxiliar no processo de transformação do Estado de Ser. Como a meditação pode recondicionar o corpo a uma nova mente. Como podemos treinar nossa capacidade de pensar sobre o que estamos sentindo. Como podemos nos transformar em alguém diferente daquele que somos hoje e isso ser capaz de sinalizar novos genes, ou ligar e desligar genes, criando uma nova sequência, uma nova combinação e atingirmos um estado de saúde melhor com proteínas mais saudáveis. Essa é a proposta dos Workshops que começo a organizar. Despertar a sua capacidade de pensar diferente e criar uma nova mente  e ensiná-lo como recondicionar o seu corpo aos comando dessa nova mente. Para isso você deve superar o seu corpo, você deve superar o seu ambiente e também superar o tempo. Você deve atingir um estado de criação. Ser capaz de exercer a sua capacidade de criatividade e ficar longe dos hormônios do stress prolongado. Aguardem. E, se possível, participem dos Workshops. 

Abraços fraternos

 

 

HÁBITOS, POR QUE MUDÁ-LOS É TÃO DIFÍCIL?

Temos um cérebro que nos conecta com o mundo externo. Ele é ávido por informações. O cérebro é um excelente “gravador” do ambiente em que vivemos. Uma vez que a informação chega ao cérebro ele a grava. Ele está estruturado para permitir três funções básicas: Pensar-Fazer-Ser. O cérebro tem estruturas que permitem essas funções como: o neocortex-cérebro límbico-cerebelo. São literalmente três cérebros em um. Vou explicar de uma forma simples como esses três cérebros comunicam-se entre si e como eles fazem conexões com o corpo inteiro. Essas informaçõe são importantes para aqueles que buscam uma transformação pessoal. É o processo de pensar-fazer-ser que forma os hábitos, isto é, a programação automática e inconsciente pela qual coordena nossos comportamentos. Pessoas que já identificaram algum aspecto em si que sentem a necessidade de mudar e não conseguem. Aqui estão informações importantes para a transformação.

Mudar hábito realmente não é uma tarefa fácil, mas extremamente possível. Quer entender o processo? Vamos lá, então. Segure-se, pois depois dessa leitura você não será mais o mesmo. Será uma pessoa diferente e bem melhor.

Todo pensamento (aqui compreendido com uma onda de possibilidade quântica) utiliza uma sequência de neurônios, um determinado padrão de disparo, uma determinada combinação produzindo uma certa INFORMAÇÃO. Pense em informação dentro de um campo quântico unificado e interconectado. Enquanto onda, o pensamento é plástico e maleável. Você pode pensar o que quiser, na hora que quiser, quantas vezes você quiser. São cerca de 60.000 a 70.000 pensamentos em um único dia. Uau!!! Nem pensei que pudéssemos pensar tanto assim em apenas um dia! Cada um desses pensamentos “escolhidos” (selecionados)  transmitem um conteúdo (informação). Agora estamos falando de sinapses, circuitos neurais, rede de neurônios cerebrais. Estamos falando da linguagem do cérebro. Estamos falando de memória. Percebemos o mundo e, então, o memorizamos. O cérebro como gravador que é, grava o passado. Hummm. Grava o passado? Aqui está uma chave importante na compreensão no processo de mudança. As vezes, as pessoas ficam presas nessas memórias do passado. Elas estão reinformando e reforçando pensamentos, comportamentos e sentimentos. Dessa forma, repetidas vezes um mesmo pensamento, uma mesma experiência, uma mesma emoção, durante um longo período,  torna-se um hábito. Não percebem conscientemente o que está acontecendo. Ensinaram tão bem o corpo que ele tornou-se a mente mestra que comanda.

Qualquer pensamento, de qualquer teor – alegria, tristeza, amor, ódio, ressentimento, perdão – qualquer pensamento produz uma química específica (neurotransmissores). É o pensamento-onda transformando-se em pensamento-partícula. O pensamento torna-se uma informação real no espaço-tempo. São milhares de neurotransmissores a cada pensamento. A simples leitura de uma frase em um livro requer quatrilhões de neurotransmissores. Hummmm. Olha que interessante! Se eu penso cerca de 60.000 vezes ao dia e que cada pensamento produz cerca de quatrilhões de neurotransmissores, não quero nem imaginar o número de neurotransmissores que eu produzo em um único dia.  Vocês já pararam para pensar (mais um pouquinho) nesse campo quântico de infinitas possibilidades? A potencialidade de um pensamento está lá. São infinitas as possibilidades. Desses 60.000 que pensamos em um único dia, 90% são iguais ao dia anterior ou recorrentes. Facilitamos as vias, as sequências de disparos dos neurônios. E tem mais… Não estamos acostumados a pensar sobre o que estamos pensando. Ou estou enganado?

Tudo tem uma informação. Isso é maravilhoso!! Toda essa sequência é feita pelo córtex cerebral (Cérebro pensante) – Neocortex. Essa informação chega a estruturas internas cerebrais chamado de cérebro límbico. Uma nova sequência de neurônios são requisitados para “transformar” essa informação em neuropeptídeos. A química do sentimento/emoção. Esses neuropeptídeos por sua vez, estimulam centros hormonais específicos e, ao mesmo tempo, transmitem a mesma informação rapidamente pelo tronco cerebral em direção ao corpo inteiro. É a via rápida de informação. Os centros hormonais vão produzir substâncias informacionais – “ligantes” – chamadados de hormônios que entram na corrente sanguínea e também percorrem todo o corpo levando a informação às células (Qual informação? Aquela que você pensou ali em cima). Possuímos, então, duas vias de condução da informação que chegam ao corpo. Uma pela via rápida através do tronco cerebral-coluna-corpo e outra não tão rápida, através da circulação sanguínea-corpo. Nesse momento, você está tendo uma experiência. E o produto final dessa experiência é a emoção/sentimento. Produzimos também memórias desses comportamentos mediadas pela emoção. Essa memória é de longo prazo. Duradoura. Uma carga emocional grande constrói uma memória de longa duração. Aqui temos outra chave para compreendermos o processo de transformação. Repetimos memórias emocionais. Repetimos o passado. Repetimos a mesma coisa dia após dia.

Uma onda de possibilidade (pensamento) e uma emoção (sentimento) chegam com seu “teor” informacional (alegria, ódio, tristeza, gratidão, ressentimento, etc,etc)  às células (ao corpo todo). Circulamos informações. As células estão prontas para receberem essas informações. Elas produzem receptores específicos para “receberem” esses “ligantes” (hormônios). Ligantes e receptores formam o que chamamos de moléculas da emoção (Agradecimento a pesquisadora Candace Pert). Elas tocam um acorde específico e sinalizam – adivinham quem? – os genes.   Através de processos intracelulares específicos os genes são sinalizados para produzirem aquilo que sabem fazer de melhor: proteínas. Nosso corpo é uma máquina de produzir proteínas. A pele produz elastina. O estômago produz enzimas. O pâncreas produz insulina. E assim por diante. Vejam que fantástico isso. Os genes precisam ser informados para funcionarem. Eles necessitam  ser “ligados” ou “desligados”. Agora imaginem outra coisa interessante. Pensem quanticamente. Pensem em energia. Associem energia com teor de informação. Como estamos sinalizando nossos genes? Qual informação? Qual energia? Alegria? Culpa? Ressentimento? Gratidão? Amargura? Perdão? Amor? Qual o teor ou energia dessa informação?

O cérebro (por intermédio de um único pensamento) consegue comunicar-se com as células? Conseguem “ligar” e “desligar” genes. Vocês não acham isso incrível? Abre um campo enorme de atuação terapêutica para diversas doenças. Ou seja, caso eu consiga mudar meus pensamentos, meus comportamentos e meus sentimentos eu consigo sinalizar meus genes de uma maneira diferente também e produzir proteínas saudáveis. Hummmm. Como consigo isso? Modificando o hábito de ser você mesmo. Vamos adiante um pouco mais e entender a dificuldade desse processo de mudar o hábito de ser você mesmo. Depois que essa informação sinaliza o corpo inteiro, o cérebro continua monitorando o mesmo. O pensamento (Neocórtex) sinalizou a formação de um sentimento/emoção (Cérebro límbico) que por sua vez irrigou pela corrente sanguínea e tronco cerebral o corpo por inteiro as mesmas informações, “ensinando” o corpo emocionalmente. Agora, o corpo está aprendendo; está tendo uma experiência. Está tendo uma ação. Está fazendo aquilo que lhe foi informado. Caso a mesma informação seja repetidas vezes realizada, o corpo produz sempre as mesmas informações com as mesmas experiências. Essa informação será incorporada pelo cerebelo como uma atividade automática. Esta formado um hábito.

Desta forma, temos um cérebro preparado para pensar-fazer-ser. Temos o Neocórtex que pensa, temos o Cérebro Límbico que faz uma experiência com emoção e  o Cerebelo que incorpora um hábito e passamos a ser. Pensar-fazer-ser. Inicialmente eu sinto o que estou pensando e posteriomente eu penso o que estou sentindo. Rependido-se esse ciclo várias e várias vezes tornar-se-á um estado de ser. O estado de ser de uma pessoa é aquilo que ela pensa e aquilo que ela sente. Esse ciclo entre pensar e sentir repetidas vezes durante anos e anos tornar-se um hábito. Os  hábitos não exigem pensamento consciente sobre os comportamentos. Virou habitual. Virou familiar. Tornou-se inconsciente. Tornou-se 95% daquilo que você é, isto é, sou 95% inconsciente. Para mudar, para realmente mudar, temos que nos tornar conscientes dos processos inconscientes. Temos que nos familiarizar com… nos tornar familiar com aspectos habituais e inconsciente. Quem é capaz de fazer isso? Quem ou o que é capaz de proporcionar essa familiaridade com o insconsciente? A capacidade que todos nós temos chamada metacognição. O que é isso? Capacidade de pensar sobre o que estamos pensando. Essa é uma capacidade do Lobo Frontal cerebral. Essa é uma capacidade desenvolvida pela meditação. Podemos nos transformar pelo pensamento.  Ele é poderoso.

Agora, você é uma pessoa diferente daquela do início da leitura. Você disparou novos neurônios, produziu novos neuropeptídeos, circulou novas moléculas da emoção e sinalizou novos genes. Você está começando a compreender o processo de mudança.

Abraços fraternos

Dr Milton Moura

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Neurociência e a Consciência

NEUROCIÊNCIA E A CONSCIÊNCIA

Contribuições da física quântica

Primazia da consciência

Não somos nossos cérebros, mas utilizamos esse órgão – extremamente sofisticado – para expressar e representar aspectos internos da consciência. A neurociência tem avançado com a oportunidade ímpar de estudar o cérebro e seu funcionamento de forma dinâmica. A neurociência estuda o cérebro em ação. Como podemos definir “consciência”? Tarefa árdua e quase impossível. É algo que é, simplesmente. Do ponto de vista prático e pragmático, há estudos que entendem a consciência considerando-na como sendo as características subjetivas do indivíduo. Porém queremos entender  a consciência de maneira ontológica, isto é, compreender a consciência como a “essência” última do ser. Etmologicamente, consciência significa “saber com”. Exatamente isso! A consciência é o que é. Não temos como definir algo que é indefinível. Utilizamos de instrumentos intuitivos para capturar a idéia de consciência e não a compreendemos apenas como sendo as características subjetivas que integram o ser humano e, sim, como a “essência” divina individualizada em uma personalidade em evolução. Essa consciência imediata interage com as possibilidades infinitas do universo e cria a realidade. Essa consciência “questiona” a natureza e a mesma responde. A diversidade de respostas corresponde a diversidade de “perguntas” que realizamos.

Cada pensamento cria uma representação no cérebro através de um circuito neural. O pensamento é a linguagem do cérebro.O foco da sua atenção forma conexões. Uma rede neural cerebral é formada para representar aquilo que observamos. A mente “molda” o cérebro! Essa é uma conclusão recente e só foi possível devido ao avanço de pesquisas e estudos realizados em diversos laboratórios de neurociência. Algumas constatações proporcionaram os primeiros vislumbres para chegarmos a conclusão de que a mente molda o cérebro. Uma pesquisa simples realizada com voluntários foi ensinado a sequência de uma música tocada ao piano (coisa simples). Esses voluntários treinaram durante algumas semanas e no final foi constatado o aumento da área cerebral responsável por esse aprendizado. Bom, isso já era esperado. O que não era esperado é que o outro grupo, que apenas “imaginaram” a mesma sequência musical, também aumentaram a mesma área cerebral. Não houve diferença significativa entre os dois grupos. Fantástica essa pesquisa. Mostra como a mente pode literalmente moldar o cérebro. Será que podemos utilizar essa habilidade para criarmos uma realidade melhor para nós? O pensamento tem alguma influência em nossas vidas? Precisamos acreditar nisso.

A neurociência começa a compreender os circuitos cerebrais e tentam, sem resultado, compreender a consciência a partir de mecanismos biológicos de “engenhosidades” moleculares fantásticas que ocorrem na intimidade da célula, longe da percepção consciente. Assim, elegem microtubulos e tubulinas (Hameroff e Penrose) como candidatos para explicar os fenômenos quânticos, dentro de um interacionismo inexistente – como pode interação de objetos (moléculas) produzir o sujeito da ação (consciência)? –  que ocorrem no cérebro diante da captação da realidade. Se queremos ser realmente cientistas e ficarmos livres de paradoxos graves não podemos estudar a consciência ou qualquer elemento sutil como sendo subproduto do funcionamento de máquinas moleculares. Antes disso, temos que estudar como a consciência consegue se expressar utilizando-se dessas possibilidades! Se queremos realmente compreender e entender um mundo transcendente que há após o término do corpo físico, temos que obrigatoriamente admitir que o sutil coordena e causa o manifesto (o físico). Caso contrário, estaremos dando murro em cabeça de prego e continuaremos indiferentes no processo de envolvimento pessoal de transformação. Continuaremos em uma postura de indiferença e separação. Essa separação não existe. Senão, não há possibilidade de existir um mundo sutil. E, para concluir que há um mundo sutil, temos muitos elementos que corroboram com a idéia da sua existência formado por uma matéria sutil, que existe e permite que a consciência continue escolhendo dentre as possibilidades do sutil os seus corpos sutis (supramental, mental e vital), mesmo que ela não tenha mais a opção de escolha da matéria fixa, que é nosso corpo físico.

Pensamentos e sentimentos são objetos quânticos que utilizam das moléculas biológicas para existir no mundo dos fenômenos da manifestação fixa da matéria. Pensamento é matéria. Sentimento é matéria. Como tal, são ondas de possibilidades dentro das infinitas possibilidades de escolha que a consciência possui. Escolhas habituais e condicionadas. A consciência está em um processo evolutivo obedecendo a um impulso de “retorno” diante da maturação psicológica que todos nós seres humanos nos encontramos. A matéria fixa do corpo físico e toda sua biologia obedece a comandos sutis da mente (pensamentos e sentimentos), pois todos são feitos da mesma substância. Pensamento e neurotransmissor; sentimento e moléculas da emoção são codependentes. Um coordena do mundo sutil as ações no físico. Há uma sabedoria (processamento inconsciente) proveniente de um campo fundamental unificado de onde nascem as ondas do pensamentos e o movimento da energia vital do sentimento formando campos que atuam em campos que coordenam as ações no físico. Assim a medicina deverá estudar os desequilíbrios da alma que repercute no físico. Trazendo para a equação aquilo que foi negligenciado durante muitos anos em pesquisas científicas: o sutil. Pensar pode adoecer; sentir pode adoecer e há avanços que corroboram esse conhecimento. Diante disso estamos caminhando para aceitar a hipótese como sendo verdadeira de que existe o sutil, não podemos negá-lo. Se o negamos, ele continuará existindo e gritando para que possamos ouvir o seu chamado e agir de maneira consciente em todos os relacionamentos.

Quais são os aspectos internos que podem ser representados por meio de um circuito cerebral? Todos… Todas as características internas de nossa alma com seus sofrimentos, com suas sombras, com suas angústias, com seus medos, com suas inseguranças, com seus desejos, com seus anseios, com suas intenções, com sua bondade, com sua justiça, com seu amor, com sua abundância, com sua verdade, com sua gratidão, com sua alegria, com sua tristeza, com sua raiva, com seu ódio, com suas vontades, com sua serenidade, com sua felicidade, com sua equanimidade, com sua assertividade, com suas crenças, com seu automatismo inconsciente… toda a alma… a alma por inteiro… pode ser representada no cérebro. Mente e cérebro (corpo por inteiro) são formados por uma única substância. A consciência identifica-se com o cérebro no momento da mensuração quântica. No momento que observamos (nós consciências), a consciência divide-se em sujeito que observa e objeto observado. Não há como escapar dessa conclusão quando estudamos a física quântica sob o paradigma do primado da consciência. Somos observadores do universo. Nós criamos a realidade. Há muitas nuances nesse processo. O cérebro tem participação ativa, mas ainda assim é uma possibilidade de escolha da consciência, quando se trata de representar os aspectos internos da alma. A mente e o cérebro formam uma codependencia e o funcionamento cerebral adquire características complexas  ao tentarmos entender o que é a REALIDADE.

Observem a evolução e será comprovada essa observação. Podemos representar voluntariamente no cérebro estados de felicidade e sabedoria. Como fazer isso? Saindo das escolhas habituais… exercitando conviver com o sutil e trazer esse sutil para sua vida… trazendo e valorizando a consciência em e para tudo o que você faz… a consciência é a base de tudo. Não  posso fornecer uma receita a ser seguida, pois há vários níveis de consciência e cada qual assimila aquilo que está pronta para assimilar. Posso fornecer uma maneira diferente de dar significados aos contextos, pois acredito que mudando contextos a mente dá um significado diferente e um valor diferente surge na manifestação. O que falta hoje em dia? Valores? Quais valores? Todos? A civilização está esgotando o impulso do materialismo que admite ser a matéria a base de tudo para entrar no impulso da consciência como sendo a base de tudo. Há uma inversão de causalidade. Estamos saindo da primazia da matéria para valorizar não só a matéria, mas também a consciência. A consciência, não cansamos de afirmar, não é um epifenômeno do cérebro, mas, sim, é ela (consciência) quem “produz” – quem colapsa a função de onda – e literalmente cria a matéria e também o cérebro. Vamos pensar um pouco. Como podemos imaginar ou explicar que do mecanismo de funcionamento cerebral possa sair ou emergir algo sutil como a consciência ou qualquer outro aspecto interno da alma? Como que de interações de objetos pode-se fornecer o sujeito que observa? Problema difícil de ser resolvido pela neurociência quando o contexto que fornece os significados é a primazia da matéria. Há uma incompletude em tudo isso. Temos que sair desse raciocínio que prende,  amarra e tira o propósito da vida. A vida tem propósito!!!! Com um pouco de pensamento quântico podemos resgatar o livre arbítrio e a liberdade de escolha e, consequentemente, as responsabilidades sobre essas escolhas. Podemos dar um novo impulso em nossa evolução e criar uma realidade diferente dessa que criamos até agora.

Valorizar o sutil e viver em ação com esse significado. O que é o sutil? São aspectos internos e transcendentes de cada um de nós. Vejam e constatem por si mesmos: quando vejo uma pedra, ela surge externamente a minha percepção; quando penso, ele surge internamente a minha percepção. A pedra é externo e o pensamento é interno. A pedra podemos compartilhar; o pensamento não podemos compartilhar salvo raríssimas exceções. Foi essa diferença de percepção que fez com que Descartes levasse a uma bifurcação que perdura até hoje. A substância da pedra e a substância do pensamento são diferentes! Não! Não são! A física quântica e todo o arsenal de experimentos vem derrubar esse paradigma da separação e dizer que aspectos internos e externos são feitos da mesma substância. A pedra é um objeto quântico e necessita de uma representação mental para existir. Não percebemos os arranjos de átomos e partículas elementares que constituem a pedra. Por que então há essa aparente separação entre o que é externo e o que é interno? Um pouco de pensamento quântico ajuda! Átomos e partículas elementares são ondas de possibilidades que se expandem com uma velocidade incomensurável. A medida que as etapas de “atualização” ocorrem durante o ato psíquico da observação, essa onda de expansão vai tornando-se cada vez mais lenta e adiquirindo massa e peso durante esse processo. A transição do micro para o macro torna a onda de possibilidade cada vez mais lenta a ponto de entre observações não ser percebido qualquer modificação e dando a aparência de externo ao processo. A pedra está externo ao sujeito que a percebe. Com o pensamento, objeto quântico também, o movimento quântico é muito mais dinâmico e a onda de expansão se modifica muito rapidamente o que torna o pensamento um aspecto interno e não compartilhável inicialmente. Quando a consciência colapsa a função de onda do pensamento esse surge internamente, particular e não externo, mas tanto pedra como pensamento são feitos da mesma substância. Isso acaba com a separação e a bifurcação e começamos a entender melhor a dinâmica de funcionamento de nosso Universo e nos tornarmos realmente participativos no processo evolutivo. Isso permite estudar o pensamento não mais como um epifenômeno do cérebro, mas com propriedades intrínsecas de força e poder causal que atua na biologia de maneira eficaz e conduz a novas pesquisas que fazem entender como pessoas com transtornos de humor podem adoecer mais facilmente que outras. O pensamento tem massa e peso e atua na matéria.

Pensamento é um objeto quântico. É feito de uma substância (não-diferente) da substância que é feito o cérebro. Não há dualidade nem dualismo. Os neurotransmissores (moléculas liberadas na fenda sinaptica – espaço entre dois neurônios – e que são rapidamente metabolizados pelo organismo) não são, com certeza, os pensamentos, mas o representam. Há uma descontinuidade entre o surgir do pensamento e o aparecimento do neurotransmissor. Não é um processo contínuo! Quando penso em um objeto qualquer – uma flor, por exemplo – milhares de sinais são disparados demonstrando a atividade de circuitos de neurônios dentro do cérebro. Quem coordena todos esses disparos? O erro é acreditar que são desses disparos de neurônios que fazem nascer os pensamentos. É ao contrário! São os pensamentos que fazem surgir os neurotransmissores no cérebro e esses passam a representar o pensamento em questão. A mente é capaz de moldar o cérebro! Eu posso, através da capacidade de visão mental, criar estados cerebrais que representem as emoções ditas positivas.

As possibilidades que nos ensina a física quântica ocorre em todos os níveis. Basta olhar uma simples bola de bilhar que constatará que você não consegue percebê-la de uma maneira total. A visão direta impede de perceber todas as sutilezas envolvidas nessa percepção. Você não consegue perceber um arranjo de átomos e/ou partículas elementares?! Você não consegue perceber o momento elétrico do elétron quando você olha para uma bola de bilhar!! Você não consegue perceber a onda de matéria dessa bola de bilhar!! Esse mundo é um mundo sutil! Transcendente e real, porém só observado pelo mundo científico e os aparelhos de medição. Esse é o mundo das possibilidades. Um elétron é muito mais que o rastro que observamos na câmara de bolha que o detecta momentaneamente. Um elétron é muito mais que um estalido de um contator Geiger. Essas são algumas das maneiras que temos para especificar aquilo que é observado. Depois do estalido, não conseguimos obter qualquer outra informação dessa partícula (elétron). O elétron faz parte das possibilidades transcendentes, assim como toda a matéria observável do universo. Quem observa? Que é capaz de provocar o colapso da função de onda? Estamos evoluindo nas pesquisas para concluir que é a consciência quem escolhe. Mas temos tantos problemas urgentes para serem resolvidos e ficamos aqui preocupados com quem escolhe a realidade? Sem dúvida temos problemas urgentes para serem resolvidos, mas a solução dos problemas complexos que o paradigma antigo materialista nos deixou, requer novas escolhas, requer criatividade, requer novos significados e se continuarmos insistindo em buscar o sutil através das interações materiais, os valores continuarão esquecidos e negligenciados. Interações materiais não processam valores? O cérebro não consegue observar a si próprio! Falta algo nessa equação!!!! Interação de objetos não podem produzir o sujeito!!! Interação de neurônios (célula nervosa) não pode produzir o sujeito de todas as observações. Temos um paradoxo grave! A consciência é capaz de processar valores e observar a si própria. Aliás o universo (consciência universal) é autoconsciente através de nós (consciências individuais). Há um princípio no universo que parece indicar a necessidade de haver um domínio que observa e outro que é observado.

O sentimento também é um objeto quântico. É o movimento da energia vital dentro de um campo funcional que percebemos e representamos no físico através das interações da matéria (moléculas da emoção). Emoção, portanto, é a representação física do sentimento que é sutil. Por que isso é importante? Para podermos acreditar que com a morte do corpo físico algo sutil sobrevive. Caso contrário, se eu só acreditar que haja interações materiais e nada mais, o meu agir no mundo irá refletir esse significado e não haverá espaço para ser bom ou fazer o bem. Será tudo indiferente. Não tenho responsabilidade sobre meus atos. Entre ser bom e ser negligente não há diferença. Entenderam a importância de acreditar no sutil? A física quântica proporciona essa mudança de paradigma quando afirma que toda matéria são ondas de possibilidades. A intimidade da matéria deixou de ser um bloco concreto e passou a ser um mundo de conexões e interconexões onde a comunicação é instantânea e sem troca de sinais (não localidade quântica) e sempre aponta para além dela mesma. É a chance que temos novamente de valorizar aspectos que o materialismo científico negligenciou há 400 anos com a bifurcação e separação das substâncias que constituem o cosmo. Há muitas evidências para essa conclusão. O interno e o externo de todas as coisas são feitas de uma única substância. A consciência é a intermediária na escolha. Esse paradigma resolve todos os paradoxos científicos do interacionismo entre sutil e manifesto e não há quebra da lei de conservação da energia do mundo manifesto. Simples e complexo assim!!! 

Abraços fraternos

Dr Milton Moura

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