Persistir, ir além… ser maior que o corpo, ambiente e o tempo.

 

 

Quem é você?

Um emaranhado de células, tecidos, órgãos, neurônios, cérebro e… consciência? Somos seres complexos, não é mesmo? Observe uma única célula. Veja a complexidade que há para a célula manter um equilíbrio funcional? Células que executam funções específicas sob a coordenação de quem? DNA? Genética? Pensem na inteligência fina por trás de todas essas funções. As vezes, diante dessa complexidade, podemos nos sentir “vítimas” desse funcionamento, pois perdemos em algum momento na história da humanidade o “poder” nessa coordenação. Uma crença de que a matéria é a única realidade e essa única realidade coordena, através de interações diversas, o funcionamento que permite a existência da vida. A vida surge do funcionamento e interações materiais? A consciência é um subproduto do funcionamento dos neurônios? Quem é você? Sim, estou perguntando quem é esse ser aí que está lendo essas linhas através dos sentidos e dando significado a essas palavras? Quem é você? Apenas matéria? Um corpo? Uma existência no tempo? Um ser inserido no ambiente? Quem é você?

Somos vítimas do tempo? Somos vítimas do ambiente? Somos vítimas do funcionamento do nosso corpo? Somos determinados a ser quem somos? Esse tipo de crença não ajuda muito e tira-nos o “poder” de mudar alguma coisa em nossas vidas, pois somos vítimas, não é mesmo? Não, não é mesmo. Definitivamente. Temos que resgatar o “poder” e assumir as rédias que comandam essa inteligência inconsciente. Sim, pensem em nosso corpo como sendo a mente inconsciente e habitual. Somos nós que o ensinamos. Como? A física quântica esta mudando o paradigma materialista das interações materiais. A matéria é apenas onda de possibilidade e como tal necessita de algo que a traga para a existência do mundo dos fenômenos. Algo que traga das possibilidades para a realidade. O que pode ser esse algo? Quem é você? A física quântica tem valorizado muito o papel da consciência na formação da realidade. Exatamente isso. A consciência é esse “algo” capaz de criar a realidade. Opa!!! A consciência cria a realidade? Temos aqui uma oportunidade de resgatar esse “poder” perdido lá trás e que nos tornou vítimas do ambiente, do tempo e do corpo.

Para que ocorra alguma mudança ou alguma transformação pessoal há a necessidade desse resgate. Resgatar esse poder. Não podemos ser e nem sentir que somos vítimas e, sim, devemos ser protagonistas de realidade pessoal. Quem é você? Uma vítima ou um protagonista? Para ir além em suas escolhas há a necessidade de perceber e ser esse protagonista da sua realidade pessoal. Para isso temos que expandir nossa compreensão sobre nós mesmos e o mundo. Modificar um pouco nossa visão de mundo. A física quântica contribui muito para isso e a neurociência também. Unir ciência quântica e neurociência é algo assim libertador. A física quântica afirma que a matéria é apenas “onda de possibilidade”. Deve existir algo fora da matéria capaz de provocar o “colapso” dessa onda de possibilidade. A consciência é esse algo. A consciência não é mais um subproduto e, sim, a causa primordial. A consciência escolhe dentro das possibilidades contidas no campo quântico de interconexão. Cérebro e consciência estão indubitavelmente unidos e conectados. Estudar o cérebro é estudar a consciência, pois é através desse orgão que a mesma se manifesta. Eis o poder resgatado novamente. Assumir o poder de protagonista de nossa realidade.

Quem é você? Agora podemos afirmar que somos consciências. Podemos superar o corpo, o ambiente e o tempo. Não somos vítimas de nenhum desses elementos. A personalidade cria a realidade pessoal. O que é a personalidade? Trata-se do conjunto formado pela maneira de pensar, comportar e sentir. Eis aqui o segredo da transformação pessoal. Mudar a forma de pensar. Mudar o comportamento. Mudar o sentimento. Como? Criamos condicionamentos e hábitos ao longo dos anos e escolhemos segundo esses condicionamentos e hábitos. Temos a tendência de pensar sempre da mesma maneira. Pensando da mesma maneira, teremos sempre as mesmas escolhas. Escolhendo sempre da mesma maneira, teremos sempre as mesmas ações e comportamento. Comportando-se sempre da mesma maneira, teremos sempre as mesmas experiências. Experimentando tudo sempre da mesma maneira, teremos sempre os mesmos sentimentos. Portanto, não haverá mudanças. Pois estaremos criando sempre a mesma realidade pessoal. Exatamente isso. Pensamos, comportamos e sentimos sempre da mesma maneira e esperamos um resultado diferente? Isso é insanidade. Para mudar, para realmente mudar, há a necessidade de sustentarmos novos pensamentos, novas conexões cerebrais, novas escolhas, novos comportamentos, novas experiências com novos sentimentos que permitirá uma nova realidade pessoal.

Ir além dos condicionamentos. Esse é o segredo. Identificar os gatilhos que levam as mesmas escolhas. Isso chama-se metacognição – pensar sobre aquilo que se pensa. Esse é um exercício que pode ser realizado pela meditação dirigida. Tornar-se consciente dos processos inconscientes. Tornar-se consciente de sua mudança pessoal. Ir além dos seus hábitos. Deixar de ser você mesmo e tornar-se um ser diferente. Quebrar o hábito de ser você mesmo. Adquirir um novo Estado de Ser e perceber e agir no mundo como protagonista, um protagonista consciente e criador da sua própria realidade.

Pensar sobre aquilo que se pensa. Muda!!!

Abraços fraternos

Dr Milton Moura

GENES, COMO ELES SÃO SINALIZADOS?

      

 

 O cérebro permite três funções: pensar-fazer-ser. Temos três cérebros em um. Lembram do post anterior sobre hábitos? Fazemos isso o tempo todo. Estamos vivos! A partir de um único pensamento, desencadeamos uma sequência de eventos informacionais que chegam aos genes localizados no interior das células. Aqui está uma das chaves importantes no quebra-cabeça da origem das doenças. Precisamos compreender quais são essas informações? Qual o “teor” de energia, qual o teor de informação que estão sinalizando os nossos genes? Isso é muito importante entender! É uma informação para a transformação pessoal. Acompanhem-me!

Uma comunicação é estabelecida entre a linguagem do cérebro (pensamento) e a linguagem do corpo (sentimento) com nossas células, especificamente com nossos genes. Hoje já ultrapassamos a ideia do determinismo genético. Já ultrapassamos a supremacia do DNA. O DNA é extremamente importante para a expressão da vida biológica. É uma verdadeira biblioteca com informações prontas para serem utilizadas. Agora, podemos raciocinar não mais como vítimas do DNA, mas sim como participantes ativos do nosso destino. No início do ano 2000, o projeto genoma descobriu todos os nossos genes. São cerca de 23.000 genes. Apenas 23.000 genes? Sim, esse também foi o espanto dos pesquisadores. Esperavam encontrar cerca de 140.000 genes. Por que? Porque o número de proteínas que possuímos é aproximadamente 140.000. O raciocínio, ou a lógica da época, era que cada proteína era expressa por um único gene. Entenderam o espanto? Temos apenas 23.000 genes para 140.000 proteínas em nosso corpo. Como explicar isso? Eis que surge um novo ramo da genética chamada EPIGENÉTICA

Epigenética pode ser entendida de forma simples como a parte da genética que estuda os diversos tipos de sinalização ao gene. Estuda as informações que chegam ao gene e o que deve ser expresso. Ou seja, qual proteína deve ser sintetizada. O corpo humano é uma máquina de produzir proteínas. As células do pâncreas produzem insulina, a pele produz elastina, o estomago produz enzimas, o fígado produz transaminases e assim por diante. O corpo humano  produz proteínas que, em última análise, é a própria expressão da vida. A ciência genética deu e dá muita enfâse no que ocorre depois que o gene é sinalizado. Isto é, estudam, e muito bem estudado, a “expressão” do DNA. Estudam as proteínas que eles produzem. Até então, pouco valor deram ao que está sinalizando o gene para o seu funcionamento. Hoje a epigenética estuda essa sinalização. Estuda o que há no externo do gene que o faz “funcionar”, “ligando” ou “desligando” genes. Essa é a forma como nossos genes trabalham. Eles podem, de forma bem simples, serem ligados e desligados, isto é, expressar uma proteína ou não. Precisamos, então, entender essa tal sinalização e constatar que temos uma partcipação ativa nesse processo. Vejamos então!

Fazendo uma analogia com o cérebro e seus 100 bilhões de neurônios, os 23.000 genes que possuímos também apresentam a capacidade de “geneplasticidade” (acabei de inventar esse termo). O que é isso? O cérebro possui “neuroplasticidade”. Cada neurônio é capaz de realizar 5.000 conexões com outros neurônios. O número de conexões que nosso cérebro pode realizar é um número muito grande, mas muito grande mesmo. Diria que maior que número de estrelas que conhecemos. Pois bem, seguindo essa analogia, um único gene é capaz de produzir 35.000 combinações diferentes. Olha que interessante isso! Um gene pode produzir um número grande de proteínas, dependendo de como é sinalizado. O ligar e desligar de genes é capaz de estimular ou inibir a produção de algumas proteínas. Agora vem um questionamento que acredito já estar em sua mente. Quais são os sinalizadores dos genes? O que sinaliza os genes e o seu consequente funcionamento? Vamos pensar sobre isso? Estão juntos comigo ainda? Vamos adiante!

Estamos dentro de um campo quântico de infinitas possibilidades. Esse campo quântico é interconectado. É inteligente. Dele nascem as partículas elementares. Dele nasce a matéria. Dele nascem os pensamentos. Dele nascem os neurotransmissores. O neurotransmissores “afloram” na matéria ao toque de um pensamento. Pensem em energia. Facilita a compreensão. Associem energia com teor informacional. Nossas emoções são também energia. São informações. Uma energia(informação) que circula através do sistema nervoso autonomo e circulação sanguínea. Quando hormônios ou neuropeptídeos (ligantes) acoplam em locais específicos na parede de uma célula (receptores) forma-se um complexo ligante-receptor. Esse é o sinalizador do genes. Esse complexo também é conhecido como molécula da emoção (Candace Pert). Essa sinalização desencadea toda a expressão genica. O ciclo entre pensar e sentir forma o Estado de Ser. Lembram? Post anterior sobre hábitos (recomendo sua leitura). Em última análise, o Estado de Ser sinaliza os genes. A sua personalidade cria a sua realidade pessoal.

Aqui, nesse ponto de nossa compreensão e raciocínio, abre-se uma grande oportunidade para ações terapêuticas. Percebe-se que a personalidade cria a realidade pessoal. Para uma mudança, para uma real transformação pessoal, há necessidade de mudar a forma como estamos criando nossa realidade pessoal. O que é personalidade? É um conjunto formado pela maneira como pensamos, como nos comportamos e como sentimos. Você concordaria comigo que para mudar nossa personalidade teríamos que mudar a forma como pensamos, a forma como nos comportamos e sentimos? A rotina estabelece uma maneira habitual de pensar. Cada pensamento produz uma química específica no cérebro. Essa química (neurotransmissores) produz uma cascata de efeitos que nos fazem agir e sentir. Isso repetidas vezes forma nosso Estado de Ser. Lembram? Pensar-fazer-ser. O Estado de Ser, em última análise, é a maneira como você está sinalizando seus genes. Eles podem estar sendo sinalizados exaustivamente da mesma maneira e você mesmo está traçando seu destino genético. 

No próximo post vou explicar como a metacognição pode auxiliar no processo de transformação do Estado de Ser. Como a meditação pode recondicionar o corpo a uma nova mente. Como podemos treinar nossa capacidade de pensar sobre o que estamos sentindo. Como podemos nos transformar em alguém diferente daquele que somos hoje e isso ser capaz de sinalizar novos genes, ou ligar e desligar genes, criando uma nova sequência, uma nova combinação e atingirmos um estado de saúde melhor com proteínas mais saudáveis. Essa é a proposta dos Workshops que começo a organizar. Despertar a sua capacidade de pensar diferente e criar uma nova mente  e ensiná-lo como recondicionar o seu corpo aos comando dessa nova mente. Para isso você deve superar o seu corpo, você deve superar o seu ambiente e também superar o tempo. Você deve atingir um estado de criação. Ser capaz de exercer a sua capacidade de criatividade e ficar longe dos hormônios do stress prolongado. Aguardem. E, se possível, participem dos Workshops. 

Abraços fraternos

 

 

HÁBITOS, POR QUE MUDÁ-LOS É TÃO DIFÍCIL?

Temos um cérebro que nos conecta com o mundo externo. Ele é ávido por informações. O cérebro é um excelente “gravador” do ambiente em que vivemos. Uma vez que a informação chega ao cérebro ele a grava. Ele está estruturado para permitir três funções básicas: Pensar-Fazer-Ser. O cérebro tem estruturas que permitem essas funções como: o neocortex-cérebro límbico-cerebelo. São literalmente três cérebros em um. Vou explicar de uma forma simples como esses três cérebros comunicam-se entre si e como eles fazem conexões com o corpo inteiro. Essas informaçõe são importantes para aqueles que buscam uma transformação pessoal. É o processo de pensar-fazer-ser que forma os hábitos, isto é, a programação automática e inconsciente pela qual coordena nossos comportamentos. Pessoas que já identificaram algum aspecto em si que sentem a necessidade de mudar e não conseguem. Aqui estão informações importantes para a transformação.

Mudar hábito realmente não é uma tarefa fácil, mas extremamente possível. Quer entender o processo? Vamos lá, então. Segure-se, pois depois dessa leitura você não será mais o mesmo. Será uma pessoa diferente e bem melhor.

Todo pensamento (aqui compreendido com uma onda de possibilidade quântica) utiliza uma sequência de neurônios, um determinado padrão de disparo, uma determinada combinação produzindo uma certa INFORMAÇÃO. Pense em informação dentro de um campo quântico unificado e interconectado. Enquanto onda, o pensamento é plástico e maleável. Você pode pensar o que quiser, na hora que quiser, quantas vezes você quiser. São cerca de 60.000 a 70.000 pensamentos em um único dia. Uau!!! Nem pensei que pudéssemos pensar tanto assim em apenas um dia! Cada um desses pensamentos “escolhidos” (selecionados)  transmitem um conteúdo (informação). Agora estamos falando de sinapses, circuitos neurais, rede de neurônios cerebrais. Estamos falando da linguagem do cérebro. Estamos falando de memória. Percebemos o mundo e, então, o memorizamos. O cérebro como gravador que é, grava o passado. Hummm. Grava o passado? Aqui está uma chave importante na compreensão no processo de mudança. As vezes, as pessoas ficam presas nessas memórias do passado. Elas estão reinformando e reforçando pensamentos, comportamentos e sentimentos. Dessa forma, repetidas vezes um mesmo pensamento, uma mesma experiência, uma mesma emoção, durante um longo período,  torna-se um hábito. Não percebem conscientemente o que está acontecendo. Ensinaram tão bem o corpo que ele tornou-se a mente mestra que comanda.

Qualquer pensamento, de qualquer teor – alegria, tristeza, amor, ódio, ressentimento, perdão – qualquer pensamento produz uma química específica (neurotransmissores). É o pensamento-onda transformando-se em pensamento-partícula. O pensamento torna-se uma informação real no espaço-tempo. São milhares de neurotransmissores a cada pensamento. A simples leitura de uma frase em um livro requer quatrilhões de neurotransmissores. Hummmm. Olha que interessante! Se eu penso cerca de 60.000 vezes ao dia e que cada pensamento produz cerca de quatrilhões de neurotransmissores, não quero nem imaginar o número de neurotransmissores que eu produzo em um único dia.  Vocês já pararam para pensar (mais um pouquinho) nesse campo quântico de infinitas possibilidades? A potencialidade de um pensamento está lá. São infinitas as possibilidades. Desses 60.000 que pensamos em um único dia, 90% são iguais ao dia anterior ou recorrentes. Facilitamos as vias, as sequências de disparos dos neurônios. E tem mais… Não estamos acostumados a pensar sobre o que estamos pensando. Ou estou enganado?

Tudo tem uma informação. Isso é maravilhoso!! Toda essa sequência é feita pelo córtex cerebral (Cérebro pensante) – Neocortex. Essa informação chega a estruturas internas cerebrais chamado de cérebro límbico. Uma nova sequência de neurônios são requisitados para “transformar” essa informação em neuropeptídeos. A química do sentimento/emoção. Esses neuropeptídeos por sua vez, estimulam centros hormonais específicos e, ao mesmo tempo, transmitem a mesma informação rapidamente pelo tronco cerebral em direção ao corpo inteiro. É a via rápida de informação. Os centros hormonais vão produzir substâncias informacionais – “ligantes” – chamadados de hormônios que entram na corrente sanguínea e também percorrem todo o corpo levando a informação às células (Qual informação? Aquela que você pensou ali em cima). Possuímos, então, duas vias de condução da informação que chegam ao corpo. Uma pela via rápida através do tronco cerebral-coluna-corpo e outra não tão rápida, através da circulação sanguínea-corpo. Nesse momento, você está tendo uma experiência. E o produto final dessa experiência é a emoção/sentimento. Produzimos também memórias desses comportamentos mediadas pela emoção. Essa memória é de longo prazo. Duradoura. Uma carga emocional grande constrói uma memória de longa duração. Aqui temos outra chave para compreendermos o processo de transformação. Repetimos memórias emocionais. Repetimos o passado. Repetimos a mesma coisa dia após dia.

Uma onda de possibilidade (pensamento) e uma emoção (sentimento) chegam com seu “teor” informacional (alegria, ódio, tristeza, gratidão, ressentimento, etc,etc)  às células (ao corpo todo). Circulamos informações. As células estão prontas para receberem essas informações. Elas produzem receptores específicos para “receberem” esses “ligantes” (hormônios). Ligantes e receptores formam o que chamamos de moléculas da emoção (Agradecimento a pesquisadora Candace Pert). Elas tocam um acorde específico e sinalizam – adivinham quem? – os genes.   Através de processos intracelulares específicos os genes são sinalizados para produzirem aquilo que sabem fazer de melhor: proteínas. Nosso corpo é uma máquina de produzir proteínas. A pele produz elastina. O estômago produz enzimas. O pâncreas produz insulina. E assim por diante. Vejam que fantástico isso. Os genes precisam ser informados para funcionarem. Eles necessitam  ser “ligados” ou “desligados”. Agora imaginem outra coisa interessante. Pensem quanticamente. Pensem em energia. Associem energia com teor de informação. Como estamos sinalizando nossos genes? Qual informação? Qual energia? Alegria? Culpa? Ressentimento? Gratidão? Amargura? Perdão? Amor? Qual o teor ou energia dessa informação?

O cérebro (por intermédio de um único pensamento) consegue comunicar-se com as células? Conseguem “ligar” e “desligar” genes. Vocês não acham isso incrível? Abre um campo enorme de atuação terapêutica para diversas doenças. Ou seja, caso eu consiga mudar meus pensamentos, meus comportamentos e meus sentimentos eu consigo sinalizar meus genes de uma maneira diferente também e produzir proteínas saudáveis. Hummmm. Como consigo isso? Modificando o hábito de ser você mesmo. Vamos adiante um pouco mais e entender a dificuldade desse processo de mudar o hábito de ser você mesmo. Depois que essa informação sinaliza o corpo inteiro, o cérebro continua monitorando o mesmo. O pensamento (Neocórtex) sinalizou a formação de um sentimento/emoção (Cérebro límbico) que por sua vez irrigou pela corrente sanguínea e tronco cerebral o corpo por inteiro as mesmas informações, “ensinando” o corpo emocionalmente. Agora, o corpo está aprendendo; está tendo uma experiência. Está tendo uma ação. Está fazendo aquilo que lhe foi informado. Caso a mesma informação seja repetidas vezes realizada, o corpo produz sempre as mesmas informações com as mesmas experiências. Essa informação será incorporada pelo cerebelo como uma atividade automática. Esta formado um hábito.

Desta forma, temos um cérebro preparado para pensar-fazer-ser. Temos o Neocórtex que pensa, temos o Cérebro Límbico que faz uma experiência com emoção e  o Cerebelo que incorpora um hábito e passamos a ser. Pensar-fazer-ser. Inicialmente eu sinto o que estou pensando e posteriomente eu penso o que estou sentindo. Rependido-se esse ciclo várias e várias vezes tornar-se-á um estado de ser. O estado de ser de uma pessoa é aquilo que ela pensa e aquilo que ela sente. Esse ciclo entre pensar e sentir repetidas vezes durante anos e anos tornar-se um hábito. Os  hábitos não exigem pensamento consciente sobre os comportamentos. Virou habitual. Virou familiar. Tornou-se inconsciente. Tornou-se 95% daquilo que você é, isto é, sou 95% inconsciente. Para mudar, para realmente mudar, temos que nos tornar conscientes dos processos inconscientes. Temos que nos familiarizar com… nos tornar familiar com aspectos habituais e inconsciente. Quem é capaz de fazer isso? Quem ou o que é capaz de proporcionar essa familiaridade com o insconsciente? A capacidade que todos nós temos chamada metacognição. O que é isso? Capacidade de pensar sobre o que estamos pensando. Essa é uma capacidade do Lobo Frontal cerebral. Essa é uma capacidade desenvolvida pela meditação. Podemos nos transformar pelo pensamento.  Ele é poderoso.

Agora, você é uma pessoa diferente daquela do início da leitura. Você disparou novos neurônios, produziu novos neuropeptídeos, circulou novas moléculas da emoção e sinalizou novos genes. Você está começando a compreender o processo de mudança.

Abraços fraternos

Dr Milton Moura

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